OS CEM ANOS DA I GUERRA MUNDIAL E A GOVERNANÇA DO PLANETA
Albert Einstein, que, além dos imbatíveis méritos que legou à humanidade no campo da física, da matemática e do estudo do próprio Universo, deixou também incontáveis afirmações de sabedoria.
Certa vez, questionado sobre como seria a Terceira Guerra Mundial, pois o Planeta estava sob a ameaça de um conflito atômico globalizado, saiu-se com esta resposta: “Como será a terceira não sei exatamente, mas a quarta tenho absoluta certeza de que será com paus e pedras”.
Esse fato ressurge pois este ano de 2014 registra o centenário do início da I Guerra Mundial, em 28 de junho, quando um extremista sérvio assassinou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do então Império Austro-Húngaro.
Foi o estopim de um conflito que envolveu o continente europeu com milhões de vítimas fatais na guerra das trincheiras que se estendiam do Mar do Norte até a fronteira suíça e que se prolongou até 1918, com a assinatura do armistício.
Pouco mais de 20 anos depois de terminar esse conflito, eclodiu em 1939, novamente na Europa, mas dessa vez globalizando-se até a Ásia, o norte da África, o Sudeste Asiático e envolvendo combatentes de todos os continentes, a II Guerra Mundial, iniciada com a invasão da Polônia pelas forças nazistas, explicada pelo governo tirano que dominava a Alemanha como um revide a um posteriormente comprovado falso ataque a seus soldados.
Em 1945, com a assinatura da rendição pelos países do Eixo, sob a égide do nazifascismo, a guerra terminou na Europa, mas somente em agosto na Ásia. Seguiram-se conflitos armados regionalizados, como a revolução chinesa, na Coreia e no Vietnã, e os movimentos de independência de possessões, francesas principalmente, e outros focos de rebeliões, alguns mais antigos e outros mais novos.
O que temos hoje? Pelo medo da raça humana, estamos em um misto de stand by e de by-pass das ogivas atômicas, e surgem com maior violência os confrontos urbanos. Sim, a guerra veio na menor escala e localizou-se em cidades, e comprovando em muitos casos o que Einstein havia previsto, um grande número das armas empregadas é de pedras e paus, mas que também ceifam vidas e animalizam o planeta com algumas imagens lembrando o tempo dos trogloditas e das cavernas.
Surge então a palavra que demonstra que democracia, além de liberdade, tem vários componentes, entre os quais responsabilidades e um outro que pode conduzir à excelência, que se chama governança.
O porquê dessas reflexões? Dois dos maiores conflitos que dizimaram campos, cidades e vidas se originaram em incidentes que se pode afirmar como pré-fabricados pelo homem. Foram pretextos.
E o que precisa surgir no horizonte? Decorrente do aprendizado do passado para a construção de um futuro fundamentado em valores no qual, em âmbito de governos e do setor privado, com os critérios de gestão, construa-se a governança a nível de excelência.
Joal Teitelbaum
Diretor-Presidente do Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum